sexta-feira, 8 de junho de 2007

Uma tarde bem passada

É quando os programas surgem inesperados que sabem melhor…

Numa tarde sem qualquer ideia de sair de casa surge uma mensagem no telemóvel. Era uma velha amiga a convidar-me para uma ida a Lisboa. Estes convites inesperados, precedentes de horas de convívio e gargalhadas tornaram-se, por razões que o próprio destino conhece, tão raros e impraticáveis que se tornaram praticamente nulos. No entanto, naquela tarde o destino permitiu que fossemos só nós, sem qualquer entrave, com todo o sentido de egoísmo puro, fomos só nós como nos bons velhos tempos.

E assim foi… Em menos de uma hora estávamos os dois em Lisboa, a andar de um lado para o outro, perdidos (como por vezes estávamos – há coisas que nunca mudam), a deitar conversa para o ar, a correr, a rir. Tratados os assuntos em Lisboa, acabámos a tarde num bar onde já não íamos a algum tempo e conversámos, conversámos… Falámos de velhos amigos, da adolescência, das nossas vidas e das voltas que ela dá.

Cheguei à conclusão que estamos mais velhos, mais maduros, mais racionais, mais conscientes do mundo e daquilo que nos rodeia. Ironicamente na adolescência eu era o certinho e ela a maluca. Era eu que fazia tudo “by the book” e ela a que era impulsiva, radical, inconsciente. Agora, embora eu ainda faça tudo “by the book” (mas com um pouco mais de folga em relação às regras) é ela que está bem mais adulta, bem mais consciente da realidade, com conhecimento de que este mundo é bem menos cor-de-rosa do que aquilo que nós o pintamos.

Soube-me bem esta nossa tarde, o doce sabor da nossa amizade, a consciência do forte laço que nos une. Embora diferentes pelos factos da vida, a base está lá, a nossa personalidade continua a ser praticamente a mesma e a nossa maneira de ser um com o outro praticamente igual e isso ninguém vai alterar nunca.

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