Sou adepto de programinhas combinados em cima do joelho. Tenho aquela teoria que quanto mais improvisadas forem as coisas melhor elas correm... bem... até à data.
Há já algum tempo que não tinha um fim-de-semana livre. Mas este fim-de-semana tive. 2 dias livres, 48 horas para o relaxe... Queria aproveitar, mas nem sabia bem como. Até que surgiu o convite. 4ª feira - proposta para ir passar o fim-de-semana à Costa Vicentina. 5ª feira - proposta aceite e confirmada. 6ª feira - saida de Lisboa.
Chegámos ao parque de campismo de S. Torpes plas 23h30. Prontos para um fim-de-semana relaxado de praia e amigos. Montadas as tendas, descobre-se que os balneários do parque de campismo não tinham água... Uiiiii, primeiro impacto - negativo!
Discussão na recepção do parque... Nada a fazer. Se quisessemos podiamos ir embora; água só na manhã seguinte.
Manhã seguinte... Água na torneira Zero! Segundo impacto- negativo!! Ok, desta vez saltamos a discussão na recepção e vamos logo para a praia. Há que aproveitar o dia. O primeiro mergulho do ano. As águas quentes do mar (graças à central "nuclear" :D). O verdadeiro trabalhar para o bronze... Jantar na praia. E agora sim, após um dia de praia, de barriguinha cheia, decidimos voltar para o parque de campismo, prontos para um banho quentinho.
Entrada do parque de campismo. Dez da noite. Uma multidão insipiente à entrada da recepção. GNR's à mistura. Pessoas barafustavam em vários tons e linguas. Ok, antevia-se o pior. De certeza estavamos no meio de um pesadelo. - Quê passa?!? - Não há água nem luz! - What? Como assim? A água não chegou a vir o dia inteiro? - hmmm, nop.
Ok, vamos guardar distância dos balneários, pois nem queremos imaginar o campo de batalha daquele lugar. O corpo cheio de sal e areia da praia, misturado com o pó do parque pedia água... Terapia de grupo, mentalizarmo-nos que nos temos de deitar naquele estado miserável. Pegar nos garrafões de água e usa-la para lavarmos os dentes e para conseguirmos alguma dignidade humana.
No dia seguinte rumámos em direcção a Lisboa o mais cedo possível, sem antes passarmos pela recepção do parque para os informar que não pagariamos o pedaço de terreno que nos tinham generosamente cedido para colocar as nossas tendas. Uma casa-de-banho com água corrente esperava ansiosamente por cada um de nós.
Foi realmente um fim-de-semana único que apesar de tudo até foi engraçado. É engraçado quando surgem imprevistos. É engraçado verificar que apesar de vivermos acomodados e habituados às mordomias do lar, o ser humano consegue adaptar-se às falhas dos bens essenciais quando assim tem de ser. Estaremos eternamente a evoluir e a sobreviver.
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