Viver e deixar viver

“Cada vez é-nos mais difícil compreender que o que gostamos em nós podemos não gostar nos demais. A busca do equilíbrio entre uns e outros é uma tarefa que devemos enfrentar dia a dia e é incrível como o passar do tempo nos afirma as nossas preferências e recusas; o que em principio parece fácil de suportar converte-se em “diferenças irreconciliáveis” que geram divórcios, separações, arrefecimentos de amizades e relações laborais de toda uma vida.

Acreditamos que os nossos gostos e tendências têm que ser toleradas, mas, somos tolerantes com as características e peculiaridades dos outros? Somos compreensivos até que um dia, do nada, subitamente temos um ataque ditatorial e queremos que o outro seja igual a nós e se não o conseguimos não lhe falamos mais? Viver e deixar viver. Diz-se fácil, mas deve ser uma das coisas mais difíceis de lograr neste mundo traidor.”

(in Sobre gustos no hay nada escrito)