quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

De patins

No outro dia seguia de carro a horas em que não costumo andar… e ouvia, ao mesmo tempo, rádio a horas que não costumo ouvir. Na altura ouvi um excerto de um debate sobre sexualidade e tabus na sexualidade (talvez já saibam qual o programa a que me estou a referir e qual a rádio que o passa, mas não me apetece fazer publicidade).

Não é sobre sexualidade que venho falar, mas sobre algo que foi mencionado nesse debate, que me fez pensar e concluir que é verdade. Muitas pessoas consideram-se pessoas sem tabus e sem preconceitos, contudo ainda não experimentaram tudo o que havia a experimentar e, como tal, sem experimentar não podem afirmar que não têm tabus, pois afinal não têm conhecimento suficiente para poderem tirar tal conclusão. Isto não se aplica apenas a questões se*uais, mas a tudo na vida.

No programa foi mencionado um exemplo em termos de comida. Não podemos afirmar que preferimos o prato A em vez do prato B se nunca provámos o prato B… e isto fez-me pensar que realmente hoje em dia as pessoas têm o hábito de dizer que não gostam de “isto ou daquilo”, mas na realidade não experimentaram. Simplesmente não gostam porque houve alguém que provou ou experimentou e não gostou…

Penso que as pessoas têm um certo receio de experimentar coisas novas… de sair do seu porto seguro, medo de arriscar, medo de experimentar, medo de conhecer…

Isto tudo porque, hoje fui com uma amiga às compras. O objectivo dela era comprar uns patins. Na loja onde fomos só havia patins em linha. E dizia-me ela que não queria patins em linha, mas dos de 4 rodas, porque “gostava mais desses”. Perguntei-lhe se alguma vez tinha experimentado andar nos patins de 4 rodas. Não, apenas queria esses, porque gostava mais desses.

A questão surgiu-me logo na cabeça, se nunca experimentou tal modelo de patins como pode afirmar que gostava mais desses?!? Mas a resposta é apenas porque sim e pronto (ponto).

Concluo que a sociedade de consumo é assim, cada vez menos racional. Compramos as coisas porque sim, porque é giro, porque combina com algo, não porque é mais prático, porque já experimentámos ou porque é útil….

Tenho a sensação que cada vez mais nos tornamos robots.

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