domingo, 30 de novembro de 2008

Saida à noite

Ontem foi noite de jantar com os amigos.


Fomos a um restaurante no Parque das Nações e após o jantar procurámos um bar/discoteca mais para a zona das Docas.

Estávamos por esses lados à procura de lugar para estacionar, quando parámos num semáforo vermelho, à saída de um pequeno largo, próximo do antigo bar Champagne, na zona do Queens, e afins... Do nosso lado esquerdo encontrava-se um parque de estacionamento, à nossa direita um muro e estávamos posicionados atrás de outro carro no semáforo.

Seriam próximo das 2 da manhã... e de repente vimos um bacano a correr com um ar aflitíssimo para um carro estacionado no parque à nossa esquerda. Em tom de brincadeira ainda comentámos que aquele rapaz (dos seus 30 e poucos) teria assaltado alguém ou então iria assaltar para estar a correr daquele modo em direcção ao carro. Estes comentários fizeram-nos ficar atentos a ele.

A uns simples 5 metros de nós, vimo-lo a remexer dentro do carro à procura de algo. Foi quando ele saiu que nos apercebemos o que era… uma ARMA!!! Apercebemo-nos do objecto porque o indivíduo o carregou ali mesmo no meio do parque de estacionamento, que por acaso naquela zona até era bastante bem iluminado.

O nosso pânico foi quase imediato. Estar a 5 metros de um tipo armado e pronto a disparar (ouvimo-lo a puxar o gatilho da arma) é simplesmente assustador. Uma sensação que nunca tinha sentido… As noticias que se vêm na TV de maníacos americanos que do nada disparam sobre todos aqueles que os rodeiam, ou o facto de cada vez mais termos a sensação que Portugal se aproxima da realidade brasileira, cada vez mais violência, assaltos e homicídios… Faz-nos sentir, ao ver uma pessoa armada, que há uma FORTE possibilidade de levar com um balázio na cabeça, quer por panca do individuo armado ou por mero acidente.

É nestes pequenos momentos de adrenalina pura que nos apercebemos que a nossa vida é algo muito frágil que pode muito facilmente terminar numa questão de segundos e simplesmente porque podemos estar no sítio errado à hora errada.

Assim que nos apercebemos do perigo do cenário arrancámos o mais rápido que conseguimos… As pessoas no carro à nossa frente devem ter visto o mesmo que nós, pois arrancaram também em alta velocidade e o sinal ainda estava vermelho.

É bom sentir que a noite Lisboeta anda bastante segura.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

mulher

[daqui]

"nunca ninguém se lembra de procurar as coisas onde elas estão, porque nunca ninguém sabe o que pensa o fumo, ou as nuvens, ou um olhar. E tu. Continuarás perdendo o silêncio por mãos esquecidas, irá a enterrar o teu silêncio dentro do meu peito. Mulher tantas vezes. Mulher repetida na respiração de um lugar passado ou morto. Tempo e vida. Mulher, não sei o que fomos. Sei que, hoje, te possuo. Hoje conheço-te. É meu o teu olhar e o teu silêncio."

José Luis Peixoto in "Nenhum Olhar"

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

Day 2

1. Westminster

Westminster é realmente um optimo ponto de partida para vários locais turisticos em Londres. Como tal o encontro no dia seguinte foi no mesmo local.

É obvio que me voltei a perder no metro e cheguei atrasado. Por sorte e de forma a aliviar os complexos de culpa, as companheiras de expedição também se atrasaram.

Eram ai umas 11 da manhã (cedissimo como sabem...)quando estávamos todos juntos e prontos para a nossa jornada.


O plano a cumprir era partir de Westminster e percorrer a pé a margem do Thames River até à Tower Bridge. Em termos de quilómetros ou miles (conforme preferirem) não sei qual é a distância, mas sei vos dizer que demorámos algumas horas a lá chegar. Isso deveu-se maioritariamente a uma longaaa paragem para almoço... mas já lá vou...


Portanto, saimos do Big Ben e atravessámos a ponte de Westminster. O caminho até à Tower Bridge faz-se por um passeio/percurso mesmo colado ao rio. Pelo caminho pode-se ver de tudo um pouco... Animações de rua, exposições, e um imenso de detalhes e pequenas surpresas que nos fascinam.

Foi uma caminhada até perto da 1 da tarde e a essa hora só tinhamos chegado até à London Bridge.

2. Tottenham

A fome já estava a dar sinais de si, então decidimos ir almoçar. Uma vez que uma das meninas é vegetariana decidimos ir a um restaurante vegetariano. O restaurante já estava pré decidido; ficava em Tottenham, uma zona mais no centro da cidade. Ir da London Bridge para Tottenham implicava apanhar o metro e até mudar de linha e perder algum tempo... Mas bem... somos turistas e estamos de férias... Que se lixe, vamos a isso...

E assim foi... encontrámos o restaurante Mildreds numa rua estreita e com um ar british, no centro de Londres.

O restaurante é um local pequeno mas muito aconscegador, com uma decoração agradável e bom atendimento. A comida estava divinal e concluimos que tinha valido bem a pena o tempo que tinhamos perdido a dar com o lugar.

A meio do almoço apercebemo-nos que a musica ambiente passou a ser um cd de Mariza. Achámos piada ao facto e questionámo-nos se haveria ali algum português a trabalhar. Esta questão foi respondida à saida, quando comentávamos qualquer coisa entre nós e o empregado do bar nos respondeu em português. Fizemos logo uma festa!

O rapaz é do Porto e está em Londres à cerca de 2 anos, mas naquele restaurante trabalhava à pouco tempo. Disse-nos que quando para lá foi o cd de Mariza já estava na playlist da aparelhagem... É com um certo orgulho que me apercebo que a nossa cultura está um pouco espalhada pelo mundo e é bem aceite :)

À saida do restaurante, mesmo à turista, ficámos estagnados numa esquina de volta do mapa e a tentar perceber qual o melhor caminho para o underground mais próximo.

Não sei se é tipico dos britânicos, mas aconteceu por 2 ou 3 vezes, sem pedirmos nada, nos virem dar indicações quando viam que eramos turistas e estavamos com ar atrapalhado.

Pois, naquele momento um senhor que estava a passar perguntou-nos se precisávamos de ajuda. A primeira reacção foi ficarmos a olhar para ele sem dizer nada a tentar perceber porque tinha vindo falar connosco... "desculpem, pensei que precisassem de ajuda. Para onde querem ir? Digam, que eu explico-vos como chegar lá". Começamos a rir e aproveitámos a ajuda. "Onde é o metro mais próximo e como se chega lá". Despedimo-nos do inglês com ele a dizer-nos "obrigado" que era a unica palavra que ele sabia dizer em português.

Cá em Portugal somos parecidissimos... Quando vemos um grupo de estrangeiros atrapalhadissimos no meio de Lisboa passamos de fininho com medo que nos perguntem alguma coisa e com vergonha de darmos algumas bacuradas em inglês.. enfim...

3. Tower Bridge & Tower Hill


Chegámos exactamente ao mesmo sitio de onde tinhamos partido por volta das 15.30. Dali à Tower Bridge era apenas um saltinho.Por volta das 16h anoitece em Londres. Quando chegámos à ponte já era de noite...

Aproveitámos para atravessar para o outro lado e ir ao Tower Hill. Chegámos lá com o objectivo de visitar o forte por dentro, mas as entradas terminavam as 17h e já passava dessa hora...

Oh well ficámos por ali apenas para um cafezinho e depois fomos para casa. Embora 6ª feira não tivémos força para um pub.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Day 1

1. Homerton



Fiquei hospedado em Homerton, uma pequena localidade na Zona 2 a Nordeste de Londres, num edificio com um ar "very British".

Homerton é uma pequena vila tipicamente inglesa, nos suburbios da cidade. Quem percorre as suas ruas a pé não consegue perceber bem a sua génese. Bairros sociais misturam-se facilmente com bairros de classe média e diferentes culturas estão patentes em todo o lado, supermercados turcos, lojas indianas, cabeleireiros africanos e é normal irmos no autocarro e ouvirmos comentários em português do Brasil de alguém nos bancos atrás de nós.

Ficar hospedado numa vila como esta faz-nos viver Londres de outro modo... Faz-nos sentir mais como um habitante do local do que um simples passageiro.

Bem, mas falando da viagem em si...

2. London Eye and Big Ben

Há 3 ou 4 lugares em Londres que um turista nunca pode deixar de visitar. O Big Ben e o The London Eye são dois deles.









Situados em Westminster separados apenas pelo Thames river, parece o local ideal para começar a conhecer a cidade.

O pior mesmo é chegar lá... O encontro foi marcado com as novas amigas de viagem para as 15h (o jet lag obrigou-me a dormir toda a manhã :)). A melhor forma de sair de Homerton é mesmo de autocarro, embora a vila tenha uma estação de comboio. Apanhei um autocarro até Mile End, uma localidade a sul de Homerton com undergound e ligação directa a Westminster.

Por muito simples ou complicado que seja o percurso dentro do underground de um ponto A para um ponto B, acabo sempre por me enganar. Ou me engano na linha ou me engano no metro... sem qualquer hipotese. Numa mesma plataforma podem passar, na mesma direcção, 2 ou 3 metros com diferentes destinos... é obvio que entrava sempre no 1º que me aparecia à frente e terminava nos sitios mais estranho da cidade. A solução final é sempre a mesma, pedir ajuda aos assitentes do metro... (sou um triste, eu sei).

Bem, continuando... Cheguei a Westminster com meia hora de atraso, mas tudo bem. Vimos os monumentos e decidimos percorrer as ruas da cidade a pé, que acaba por ser a melhor forma de conhecer Londres.

3. Piccadilly Circus & Oxford Street

Seguimos em direcção a Oxford Street passando por Picaddily.



Estas são zonas comerciais da zona central da cidade de Londres. Optimo sitio para quem quiser fazer compras (e tiver dinheiro para gastar). Lojas de indianos, lojas de roupa, telemóveis, musica, e muita gente, mesmo muita gente. Tudo isto salpicado com chuva, pois afinal de contas estamos em Londres.

Ao final do dia minha prima foi lá ter comigo e como precisava de uma mala de viagem entrámos num indiano. Fiquei chocado com o modo como aqui se negoceiam os preços. Pensava que este tipo de negócios só aconteciam no submundo ou nas feiras, mas afinal não, ali em plena oxford também se negoceiam preços. Um troley que custava 30£ foi negociado para 25£ e acabou por ser comprado a 20£... Muito bom, passar a negociar tudo!!

Chego a casa de rastos... Londres é enorme, Londres cansa... e Londres deita-se cedo... e ainda bem para mim.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Day 0.3

Cá estão noticias minhas, as minhas desculpas por serem só agora... Isto de ser turista em Londres cansa e muito...

Mas vou começar pelo inicio, a saida de Portugal e a chegada a Inglaterra.

Quem me conhece sabe que sou uma pessoa com péssima noção espacial, com uma verdadeira incapacidade para memorizar percursos e o facto de fazer um caminho numa direcção não significa em nada que o consiga depois fazer em sentido contrário. Isto tudo para dizer que uma das minhas aventuras em Londres seria andar pela cidade sozinho e a tentar conhecê-la...

Bem, esse assunto ficou resolvido no próprio avião, na viagem a caminho de Inglaterra. O facto de viajar em low-cost por uma empresa que não tem lugares marcados tem algumas vantagens (ou não). No avião fiquei sentado ao lado de 2 raparigas que não conhecia e elas entre si. A meio da viagem, e duas horas e meia de viagem é muito tempo, acabamos por meter conversa. Conclusão, iamos os 3 com o objectivo de conhecer Londres e ainda por cima iamos ficar hospedados mais ou menos na mesma zona, então decidimos fazer a visita por Londres juntos.

Mas a aventura começou quando aterrámos. Eram já dez e muito da noite e tinhamos de apanhar um comboio. Iamos ficar em estações próximas e o comboio era o mesmo. Na estação de comboios encontrámos 2 brasileiros, que estão a viver em Portugal, e que vinham passar o fim de semana a Inglaterra. Iam ficar hospedados também na nossa zona. Assim, quando chegámos à plataforma do comboio já eramos 5 pessoas em grande conversa.

Mas como de costume, comigo nada corre conforme o previsto. Assim, como estávamos todos na conversa, o primeiro comboio que apareceu na plataforma foi aquele que apanhámos, sem reparar para onde ia. Resultado, comboio errado! Só nos apercebemos do erro já era quase meia noite, hora em que algumas linhas de metro encerram em Londres.

Foi a loucura... uma correria para apanharmos o metro e tive de obrigar a minha prima a ir ter comigo a outra estação de metro, pois no local onde tinha combinado com ela, o metro já tinha fechado... Acabámos por apanhar um autocarro a meio do caminho e ainda um "private car" para chegarmos a casa. O meu dia acabou perto das 2 da manhã, com uma grande chegada a Londres :D

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Hoje

Hoje acordei em Portugal e adormeço em Inglaterra...

A jeito de despedida e a palavra de que tentarei contar aqui o meu dia a dia por terras de sua magestade.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Burn after reading



Ontem foi noite de cinema. Dadas as hipóteses que nos apresentavam à frente optámos por ver o filme "Burn after reading". Um filme dos irmãos Coen classificado como comédia/policial.

Tinha alguma expectativa, uma vez que alguns amigos que já tinham visto me tinham dito que era um filme muito bom e a critica tinha sido positiva.

Mas, como sempre, sempre que a critica é positiva eu acho o filme mau (bem, não deve ser sempre, mas já aconteceu várias vezes).

Embora com bons actores (Brad Pitt e George Clooney, entre outros) o guião era muito fraquinho e em certas partes do filme desprovido de qualquer emoção; ao ponto de um senhor na fila de trás da minha ter adormecido e ressonado bastante alto, o que fez parte de uma sala desmanchar-se a rir (devia fazer parte da "comédia" do filme).

Assim, um guião fraco e pouco emocionante tornou-se num filme enfadonho, ainda a fita não ia a meio. Curiosamente este filme não teve intervalo, pois se tivesse tenho a certeza que não via a ultima parte. Não vale o dinheiro investido no bilhete.

sábado, 1 de novembro de 2008

Céu...

[imagem retirada daqui]


"talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele; talvez a gente veja as coisas ao contrário e a terra seja como um céu e quando a gente morre, quando a gente morre, talvez a gente caia e se afunde no céu."

José Luis Peixoto in "Nenhum Olhar"